quarta-feira, março 08, 2006

Naquela Rua

Um dia, no silêncio de uma tarde de chuva, sentei-me num degrau de um prédio velho e abstraí-me de tudo o que me rodeava, coberta e amada por uma negra sombra de pensamentos nostálgicos enquanto fumava um cigarro.
Olhei o céu carregado de água repetidas vezes e esperei.
O autocarro demorava deixando-me naquele tão temido abandono.
Entretanto, ao me deixar levar por aquela solidão, um senhor com o rosto já envelhecido pela idade, o cabelo já grisalho e com os seus belos olhos azuis, passa por mim com um passo demorado e enfrenta o meu olhar com um sorriso, dizendo-me: “Não pense mais nisso que lhe faz mal, a vida é bela demais...” – A sua voz era suave, transmissora de uma paz frágil e delicada e a partir desse momento os meus olhos abriram um longo e terno sorriso olhando aquele homem que continuava a caminhar de cabeça erguida, desaparecendo, em seguida, na esquina daquela rua.
Sara
*Existe sempre alguém que sabe...

2 comentários:

.:GM:. disse...

como disse no meu "comment" anterior... cada texto teu é um poema... ;-)

Maria disse...

Existe sempre. Sempre.

*