domingo, abril 30, 2006

Indifference

I will light the match this mornin', so I won't be alone
Watch as she lies silent, for soon night will be gone
Oh, I will stand arms outstretched, pretend I'm free to roam
Oh, I will make my way, through, one more day in Hell...
How much difference does it make
How much difference does it make, yeah...

I will hold the candle till it burns up my arm
Oh, I'll keep takin' punches until their will grows tired
Oh, I will stare the sun down until my eyes go blind
Hey, I won't change direction, and I won't change my mind
How much difference does it make
Mmm, how much difference does it make...how much difference...

I'll swallow poison, until I grow immune
I will scream my lungs out till it fills this room
How much difference
How much difference does it make

Pearl Jam

*Parei hoje a noite para poder ouvir uma última música antes de dormir...

sexta-feira, abril 28, 2006

Jardim das Rosas

No jardim das rosas ficaste, deitada debaixo de um leve manto de flores e dedicatórias.
Nos sonhos continuas a aparecer e levantas-te sempre desse teu manto, de olhos bem abertos.
Estendes-me a mão e nada me dizes, olhas-me pálida com aquele olhar cheio de vida e sonhos por concretizar.
Quero-te ajudar a sair, quero-te, sempre te quis, sempre te vi, sempre te senti e agora... Agora nada posso fazer a não ser esperar, esperar pela minha vez, esperar pelo meu dia para te poder encontrar nesse Jardim de Rosas onde ficaram as tuas cinzas.

Sara

terça-feira, abril 25, 2006

Regresso a Casa

Espero pelo autocarro, sentada na paragem com uma senhora ao meu lado cheia de sacos de compras. Sinto o sol aquecer-me, este sol de primavera que demorou tanto a aparecer. As crianças brincam no jardim do Arco do Cego e um casal passa e comenta que nos seus tempos também eles viam crianças a brincar no jardim e como é tão saudável. Passados 10minutos chega o 107, todos esperam que este abra as portas para saber quem será o primeiro a entrar, olhando à volta com olhares intimidados.
Eu entro primeiro, ligo o leitor de mp3 e arranco ao som de Faith No More, o rock faz-me sentir assim, viva, com um sorriso estampado no rosto, como se o mundo fosse o lugar cómico onde vivo.
A viagem começa, alguns sentam-se, outros ficam de pé observando as ruas a passarem, o tempo consumar-se e o dia a acabar.
Eu permaneço ali, sentada a ouvir música, olhando à volta, fazendo daquele som a minha banda sonora para o dia que passa, esperando pela minha paragem para chegar finalmente a casa.

Sara

segunda-feira, abril 24, 2006

Visitas

És tu que me procuras por entre brumas e mitos.
És tu que me olhas a um canto e me tentas agarrar o corpo.
És tu que me deixas cair nesse chão já pisado.
És tu que me silencias ao ouvido as palavras dos sonhos.
És tu e não eu...

Sara

*
Muita falta de inspiração... Só quis escrever algo...

sábado, abril 22, 2006

Pequei por te amar

Debaixo de um tecto branco se deitaram, rodeadas pelas várias paredes que constituíam aquele espaço. Trancaram a porta e abriram a janela. A noite começava a abrir os seus olhos e acordava-as para os seus medos mais profundos.
Em cima de uma mesa encontravam-se dois cálices de cristal e em muitas das prateleiras que ornamentavam aquele espaço estavam as memórias de duas crianças.
O tempo chegava, o tempo de consumarem os seus desejos e a paixão que lhes atormentava a alma. Uma das crianças uniu as suas mãos à outra e beijou-lhe os lábios vermelhos. As lágrimas caíam mas nada as conseguia impedir de se amarem, nada as poderia fazer parar. Os seus corpos moviam-se num êxtase que lhes dilacerava o coração, simplesmente amavam-se, tocavam-se nos seios já maduros, beijavam-se sofregamente e o suor escorria-lhes pelos corpos nus.
A noite fechava os seus olhos mais uma vez, as velas acendidas foram apagadas pela brisa que entrou pelo espaço inquieto.
E mais tarde, levantaram os seus cálices e tocaram os seus suaves lábios naquele precioso veneno que lhes adormeceu o corpo e a alma fazendo-as cair assim num sono eterno.

Lisboa 12.01.04

Sara


sexta-feira, abril 14, 2006

Em Sonhos se Viam

Estavam sós naquele espaço, somente eles e os seus corpos, unidos pela força da terra e do fogo. Subtis eram os seus gestos, o toque era intenso e nada se via a não ser os contornos de dois corpos à procura de mais um pouco de vida.
Sentiam a paixão, sentiam vida a correr pelas suas veias, o sangue e as lágrimas escorriam, a luta continuava e dos beijos retiravam a loucura que os consumia.
A noite não tardou, gritos silenciosos ouviam-se por entre a brisa quente que passava e eles, a cada toque, a cada olhar que trocavam, nem uma única palavra poderiam proferir.
Em todas as noites procuravam-se e no fim encontravam-se em sonhos perdidos num tempo que já não existia...

Sara

quarta-feira, abril 12, 2006

Ainda te procuro

Procuro-te por entre as cinzas e olho o teu corpo na esperança de o erguer.
Vejo-te pálida e sem sentidos, vestida de negro com um fio pendurado ao pescoço.
Pronuncio-te o meu nome mas o esquecimento faz parte dessa tua passagem, sei que és tu que estás aí.
Consigo olhar-te e desenhar todos os contornos do teu sorriso, ainda o consigo fazer, como se essa lembrança do teu olhar estivesse sempre presente em todos os seguntos, minutos, horas da minha vida.
Amanhã será o dia em que não irei ter uma palavra tua, será o dia em que me irei sentir a menina, a jovem, a mulher e será o dia em que não te terei ao meu lado...

"Vem... com o teu sabor de açúcar queimado em redor da noite... Sonhar perto do coração que não sabe como tocar-te..."

Lembras-te agora...?


Sara

segunda-feira, abril 10, 2006

Ali te Esperei

Aqui te esperei, sentada numa cadeira de uma tasca lisboeta de pernas cruzadas e cigarro aceso entre os dedos. Era final de tarde e tu ainda não tinhas aparecido, a tarde começou a esfriar e as pessoas que caminhavam pelas ruas abriam as portas das suas casas e entravam aguardando a hora do descanso.
Vasculhei a minha mala à procura do caderno para poder escrever umas quantas linhas, não me sentindo totalmente inspirada ou tão pouco liberta para depositar a minha alma como sempre o faço nas palavras.
Olhei à volta todas as mesas e caras desconhecidas, com os seus olhares indiferentes murmuravam entre si, nada me fazia qualquer sentindo.
O céu vestia-se de vermelho, o sol espreitava já quase apagado por entre as nuvens que se começavam a condensar e eu aqui te esperei, sentada nesta cadeira com mais um cigarro aceso entre os dedos.
O tempo passava cada vez mais lento, as lágrimas caíam e não desejei mais as tuas desculpas ou o teu pedido de perdão, chegava o momento de apagar o cigarro e pagar o café que entretanto arrefeceu.

Sara

segunda-feira, abril 03, 2006

Amor é fogo que arde sem se ver

Hoje queria escrever algo sobre relações, sobre amor ou paixão. Tentei organizar bem as minhas ideias de forma a que aquilo que eu escrevesse fizesse algum sentido mas como já é habitual não consegui.
Apenas consegui chegar ao fim de mim própria, apenas consegui ver o que o amor nos faz, a dor que pode causar, apenas vi talvez um pouco de comodismo da parte das pessoas, uma rotina da qual já não conseguem sair a não ser através da separação ou do divórcio.
É tão fácil não é? Desistir de algo mas tão difícil lutarmos por isso.
É tão fácil virarmos as costas, culparmos os outros pelos nossos erros, discutirmos por ninharias, mas tão dificil metermos o nosso grande orgulho ferido de lado e admitirmos que amamos, que somos humanos, que cometemos erros.
Sei que mais de metade do que vou aqui escrever vai ser um pouco contraditório ou talvez não vá fazer grande sentido mas sinceramente, cheguei a uma altura da minha vida em que o meu coração gelou e já não me interessa minimamente o que pensam de mim ou do que escrevo. Escrevo porque me dá prazer e porque sou eu que estou aqui, nada mais simples que isto.
Não sou contra o facto de se amar, nem tão pouco contra o facto de as pessoas se casarem, constituírem família e construírem as suas próprias vidas, sou contra o facto de haver tanta incerteza nas suas decisões e quando tentam voltar atrás envolvem as pessoas que mais amam e fazem-nas sofrer.
Sou contra a falta de honestidade, a manipulação constante dos factos, não que eu já não o tenha feito, já não tenha mentido, mas por isso mesmo é errado. Vivemos sempre com esses erros e não conseguimos seguir em frente enquanto não os enfrentarmos e pensarmos que estamos a magoar as pessoas que mais nos amam.
O que é o amor afinal? O que é a paixão?
É tão belo não é mesmo não sabendo definir o que é ou como é?
Sofre-se amando, dói quando nos deixam e magoam as saudades e porquê continuar?
Porque faz parte... Porque gostamos da dor, porque nos faz sentir, porque nos transforma nuns animais assustados e impotentes, porque somos humanos.

Sara

domingo, abril 02, 2006



...Everything seems to go away as time goes by...