sexta-feira, março 31, 2006

Recompensa

Acabei hoje por me aperceber que temos sempre alguém que nos dá valor, que nos vê no meio de tantos rostos e que nos dá sempre uma oportunidade e nos recompensa pelo esforço e dedicação.
Sempre pensei que só os outros é que conquistam um lugar no mundo e que vencem muitas das vezes através de contactos e cunhas mas enganei-me.
Sempre me ensinaram, e devo isso principalmente ao exemplo dos meus pais, que a independência se constrói do zero, que as oportunidades surgem se lutarmos por elas. Claro que tudo isto se pode só aplicar a alguns casos mas em todas as pessoas que conheço, vejo que é isto mesmo que se passa.
Muitas vezes angustia-me e revolta-me o facto de haver tanto comodismo nas pessoas, do encosto constante aos contactos, ao factor C, ao curso onde pensam que vão arranjar trabalho.
O mundo universitário e muita da mentalidade portuguesa é esta infelizmente, é sairem de um curso e dizerem que não a, por exemplo, tirarem bicas num café, é saberem que estão desempregados e sem quaisquer fundos e em vez de procurarem um meio de conquistarem o seu lugar no mundo fazem exactamente o contrário, encostam-se no sofá a ver televisão.
As oportunidades surgem se lutarmos por elas, se não desistirmos de nós próprios, se nos mantivermos atentos e fizermos as coisas sempre com dedicação.
Esse esforço é sempre recompensado nem que seja com um simples gesto.
Como eu já disse muitas vezes, das pequenas coisas se tira muito e à que retirar sempre o bom partido da vida por mais frustrante que ela às vezes seja.

Sara

quarta-feira, março 29, 2006

Sem título

Como alguém me dizia um dia, talvez de uma outra forma...
Do Nada podes retirar muita coisa, muitos sentidos, muitos outros nadas...
É assim que eu me sinto...

Sara

Quiz

Não sou pessoa de responder as estas coisas, apesar de "adorar" falar de mim, mas a pedido do GM cá vão as minhas respostas.

Quatro empregos que tive na vida:
1. Estudante (ainda na tortura do meu fantástico curso de Antropologia)
2. Vendedora de óptica (temporário de férias)
3. Secretária (a nossa mãe às vezes é magnifica...)
4. HolmesPlace (Actual emprego o qual eu adoro)

Quatro sítios onde vivi:
1. Mem Martins, Sintra (paixão eterna por Sintra...)
2. Lumiar (ódio profundo, passam-me sensações muito estranhas quando me recordo do sitio)
3. Lisboa...
4. Lisboa... A minha grande cidade...

Quatro filmes que posso ver vezes sem conta
1. Piano
2. Amor Cão
3. Chocolate
4. Orgulho e Preconceito
Querem mais? Tenho muitos mais....

Quatro pratos favoritos
1. Gambas al ajillo
2. Bacalhau assado com batatas a murro cheias de azeite e com broa de milho
3. Cabrito assado no forno
4. Cozido à portuguesa

Quatro séries que nunca perco ou que adoro
1. Lost
2. Frasier
3. Fawlty Towers
4. Coupling

Quatro websites que visito diariamente
1. btuga :x
2. Os blogs daqueles que interessam
3. Hotmail
4. Não sou pessoa de ver muitos sites, gosto de vaguear pelas páginas e parar em algumas que me interessaram na altura.

Quatro sítios onde gostaria de estar agora
1. Escócia (Edimburgo e por aí fora, tudo o que houver para conhecer)
2. Itália (Florença principalmente)
3. Portugal (casa no meio do Alentejo, no campo, a ouvir o silêncio...)
4. Praia da Adraga em Sintra

Quatro vítimas que se seguem
Não vou fazer vitimas... Coitados.
Eu devo estar muito bêbada para estar a fazer isto :)
No comments please...

terça-feira, março 28, 2006

Dedicado

Saíste daqui, saíste por aquela porta onde sempre nos despedimos.
Ainda sinto o teu cheiro a mar e a terra e faço desse cheiro a minha razão para dormir.
Mais um dia para nós, mais um dia para contarmos àqueles que já vivemos.
Percorremos juntos todas estas incertezas mas de uma coisa eu sei, tenho-te aqui.
Fazes de mim o teu alento, a tua razão para viver e sem ti nada faria sentido porque te tenho junto de mim, junto deste meu peito já cansado.

…Obrigada…


Sara



segunda-feira, março 27, 2006

...Só Eu...

Por hoje chega de conversas, chega de histórias de embalar, chega de canções.
Talvez um dia me possam privar da solidão mas sei que até lá terei que aguardar.
Hoje escrevo e talvez amanhã adormeça sem uma única palavra.
A vida é feita de tantos "talvez" e cada vez me sinto mais cansada e atormentada por isso.
Não quero saber o que faço nem o que digo, sou só eu que estou aqui.
Sou só um corpo entre muitos outros à espera de um milagre qualquer para ser livre.
Sou só alguém que vive de incertezas e que se angustia com tão pouco.
Sou igual a muitos outros e é com tristeza que escrevo isto.
Não quero ser mais um rosto, não quero ser mais uma mão que se estende, não quero gritos à minha volta, não quero hipocrisia.
Estou cansada de tanto lutar interiormente por algo que nunca vou ter... Silêncio...

Sara

domingo, março 26, 2006

Claire de Lune

O dia passou, mais um dia, mais um anoitecer.
O dia sentiu-se por entre as folhas das árvores que caíam com o vento forte, por entre os rostos cansados e molhados que corriam para apanhar mais um pedaço de terra.
O dia demorou a aparecer e o sol não nasceu.
A noite sentiu-se e rapidamente se instalou.
A chuva caiu dispersando-se pelas ruas, tudo corria ao sabor de um sopro frio.
E somente uma palavra se mostrava nesse frio, nessas ruas, nesses pequenos instantes:

...Amor...


Sara

quinta-feira, março 23, 2006

Acasos

Cada vez mais acredito que a vida não é feita de acasos.
Parece que algo às vezes nos diz ou avisa para mudarmos a nossa própria forma de viver, senão ficaremos sempre condicionados e acomodados a uma rotina que não desejamos.
Muitos destes pensamentos derivam de dias, como hoje ou dias como ontem, em que pessoas supostamente normais que nos passam ao lado se dirigem a nós com pensamentos e atitudes que não provém deste mundo.
Para quê acreditar no sobrenatural? Para quê acreditar em histórias de encantar?
Será que as bruxas existem?
Como alguém dizia um dia "Eu não acredito em bruxas mas que as há, há!"
São dias assim, em que lá fora chove e o vento não se ouve, em que as pessoas correm apressadas para viver, em que eu penso que somos todos parvos e andamos aqui a acreditar nas mil e uma histórias que ouvíamos quando éramos crianças...

Sara


*Sim, não faz sentido... Mas sinceramente, o que é que faz?



terça-feira, março 14, 2006

O filme

Muitas vezes leio que existem filmes que nos conseguem transportar para outros mundos e universos e nos fazem sentir impotentes com as suas histórias, subscrevo totalmente estas afirmações. Existem filmes que nos fazem sentir constrangidos e que nos apanham como se de magia se tratasse.
Ontem senti isso, após um filme tão polémico, debatido e vencedor de óscares como o Brokeback Mountain.
Todo o filme é constituído por imagens e paisagens lindas mas toda a história que o envolve é de uma beleza extrema.
Fez-me pensar no caminho todo para casa, adormeci a pensar nele e acordei da mesma forma e ainda agora ao escrever isto tenho uma sensação completamente estranha na minha alma como se de déjà vu se tratasse.
Não é pela história em si que até já é bastante conhecida por muitos, é pela violência que é transmitida pelas duas personagens e pelos sentimentos completamente contraditórios que nos faz sentir ao sair da sala de cinema.
São poucos os filmes que me fazem sentir isto, posso chorar com muitos, rir-me com alguns mas são poucos aqueles que me deixam totalmente vulnerável e afundada nos meus próprios pensamentos e palavras.
Não escrevo isto para levar as pessoas a irem ver o filme mas sim para me libertar desta sensação estranha que se apoderou do meu corpo.
Sara

segunda-feira, março 13, 2006

Nevoeiro

"O nevoeiro
rodeou teu vulto negro
e eu vi bem
que não te debateste nos seus braços
e que lentamente ele te bebeu."
(...)

Jorge de Sena

sexta-feira, março 10, 2006

Um Pequeno Agradecimento

Neste momento, tenho somente como objectivo agradecer a todos aqueles que me lêem, não imaginam o quanto é importante para mim saber que existem pessoas que sentem as minhas palavras. Era exactamente isso que eu queria quando comecei a escrever há uns anos atrás. Talvez pareça um pouco vulgar eu dizer isto mas o facto de tocar na alma das pessoas com a minha escrita, fazer com com que elas pensem no mundo à sua volta e sintam a magia que contém um simples olhar ou espaço, faz com que eu me sinta feliz e faz também com que eu tenha mais vontade ainda de continuar.
Gosto de escrever histórias e de descrever espaços e rostos e quando o faço é uma forma de fazer com que aqueles que me lêem imaginem esse meio e que nele se possam refugiar por momentos.
Já me disseram muitas vezes que tenho jeito e que tenho um dom mas não me sinto na posse dele, tal como disse um dia, escrevo somente a minha alma e coração, nada mais simples que isto.
Claro que tenho os meus sonhos, como um dia vir a ter a minha casa de campo com um alpendre e sentar-me todas as noites a olhar o céu e durante o dia escrever até que as mãos me doam.
Não sei porque escrevo isto, talvez seja uma forma de agradecimento ou uma forma de me dar a conhecer.
Só sei que nada me vai fazer desistir dos meus sonhos porque é deles que me alimento todos os dias e é neles que me escondo quando o mundo parece que adormeceu.
Não desistam do mundo nem das pessoas, por mais ingénuo que isto pareça, ainda existe o amor e às vezes podemos encontrá-lo nas coisas mais pequenas e mais insignificantes.
Se gostam de escrever procurem isto e vão encontrar talvez as palavras mais belas que alguma vez leram.
Obrigada
Sara

quarta-feira, março 08, 2006

Naquela Rua

Um dia, no silêncio de uma tarde de chuva, sentei-me num degrau de um prédio velho e abstraí-me de tudo o que me rodeava, coberta e amada por uma negra sombra de pensamentos nostálgicos enquanto fumava um cigarro.
Olhei o céu carregado de água repetidas vezes e esperei.
O autocarro demorava deixando-me naquele tão temido abandono.
Entretanto, ao me deixar levar por aquela solidão, um senhor com o rosto já envelhecido pela idade, o cabelo já grisalho e com os seus belos olhos azuis, passa por mim com um passo demorado e enfrenta o meu olhar com um sorriso, dizendo-me: “Não pense mais nisso que lhe faz mal, a vida é bela demais...” – A sua voz era suave, transmissora de uma paz frágil e delicada e a partir desse momento os meus olhos abriram um longo e terno sorriso olhando aquele homem que continuava a caminhar de cabeça erguida, desaparecendo, em seguida, na esquina daquela rua.
Sara
*Existe sempre alguém que sabe...

segunda-feira, março 06, 2006

Homenagem II

Passou-se um mês e pensei que poderia continuar a mentir-me a mim própria e sentir que nada disto é real mas enganei-me.
Partiste... E só com um simples sonho em que oiço a tua voz a dizer que me amas é que eu sinto que estou realmente sozinha.
Passou-se um mês e já nada faz sentido sem a minha querida amiga ao meu lado, sem o sorriso de quem sabe o que sinto e espero da vida.
Partiste... Felizmente no dia pude dizer-te que eras linda e que te adorava, talvez seja a única coisa que me faz estar em paz comigo.
Passou-se um mês e o teu rosto não me sai da memória quando me mostraste dias antes as tuas unhas já crescidas pintadas com um cinzento meio estranho, a forma como me contavas cansada e sem folêgo que estavas tão feliz e te sentias tão amada.
Partiste... E sinto que estas lágrimas nunca hão-de parar, a angústia é demasiada, a solidão é constante e as palavras são uma tortura.
Só te queria dizer e desculpa se é desta forma, que foste e sempre serás a irmã que eu nunca tive e que ao continuar a viver honrarei sempre a tua memória.

Beijos

Sara