sábado, fevereiro 04, 2006

Farewell

Muitas vezes pensamos na morte como algo que só acontece aos mais fracos e mais velhos ou àqueles que não conhecemos, mas infelizmente a morte aguarda qualquer um, até mesmo aqueles que menos esperamos.
As recordações são talvez a única coisa que me agarra neste momento, as memórias de amizades que nunca foram postas em causa, que nunca serão comparáveis com outras.
Aquilo que sinto para além da revolta (que até é muito pouca) é o medo constante de perder mais alguém que eu realmente ame, é saber que nunca mais vou ver aquelas pessoas que souberam o que era ser feliz mas sempre com a esperança que elas me vejam e me guardem de alguma forma.
Adoro viver, e com estas palavras dirijo-me àqueles que dizem que a vida é uma merda, só a é se não se souber realmente senti-la, se se estiver constantemente a pensar em futilidades. Só peço que pensem bem antes de dizer que odeiam a vida porque acreditem que não existe melhor que isto.
Sentir o coração bater com alguém que já não vemos há muito tempo, por quem sentíamos um carinho especial, sentir o vento frio tocar no rosto, sentir o beijo daquele que amam, sentir os olhos cheios de lágrimas, sentir o corpo arrepiar-se perante um desejo, sentir... Nada mais do que sentir...
Por menos amados que se sintam existe sempre alguém, existe sempre uma mão que se estica e nos diz que podemos viver muito mais, existe sempre um senhor ao passar por nós que diz "não pense tanto, a vida é bela demais..." e que desaparece ao virar da esquina.
Aproveitem todos os pequenos momentos, porque a vida não é uma felicidade constante mas sim composta por esses pequenos momentos de felicidade, agarrem-nos e vivam-nos até à exaustão.
Obrigada àqueles que realmente sentem estas palavras e àqueles que sempre estiveram comigo.
Já há algum tempo que não me sinto inspirada para escrever e este talvez seja realmente o meu último post.
Já não faz sentido continuar se não vou ter talvez a única pessoa que ainda o lia.
Sara

1 comentário:

Maria disse...

Enganas-te. Também eu te venho ler. Decerto que muitos te lêem em silêncio e decerto que também te abraçam sem os veres, sem os tocares. : )

Gostei particularmente deste texto e susbcrevo tudo.

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