segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Lisboa

É Verão e o sol entra vivamente pelas janelas das casas onde a roupa estendida dança com a brisa que passa.
É Lisboa, aquela cidade onde tudo corre ao sabor do rio que se estende longo pela costa, onde as pombas esvoaçam o céu e pousam ao alto nas várias estátuas que proclamam a história de vários séculos.
Ao fundo um homem pede por ajuda, um pouco de comida, e é tratado com uma indiferença melancólica, tudo e todos passam-lhe ao lado sem uma única palavra de conforto.
Vários cafés e tascas são pontos de encontro onde muitos corpos sem rosto conversam bebendo os seus cafés e fumando os seus cigarros.
Casais apaixonados, homens e mulheres já envelhecidos, uma senhora que canta o seu próprio fado, turistas passeiam deslumbrados e indignados com tamanha nostalgia e alguém ao longe observa sozinha a cidade de caderno e caneta na mão.
Lisboa conserva um doce cheiro a ódios e poesia e é nesta cidade onde nasci que um dia poderei morrer em paz.
Sara

1 comentário:

Maria disse...

Acrdita-me que é me foi muito proveitoso ler isto. Conseguiste captar-me a atenção e mais que isso... fizeste com que eu pensasse sobre a nossa Cidade e identifiquei tudo o que aqui descreveste.